segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Albatroz


Escrevi uma canção baseada nesse poema de Charles Baudelaire. Um albatroz-gigante pode ter a maior envergadura dos pássaros, no entanto, suas imensas asas lhe prejudicam ao pousar, de andar em terra. Não haveria maior semelhança.


"O Albatroz
Para se divertir, os marujos costumam
Pegar um albatroz, grande ave do mar,
Companheira indolente dos barcos que rumam
Para os mares do Sul, abismos a cruzar.

Fisgado pelo anzol, atirado ao convés,
Este rei do azul, triste, desajeitado,
Para fugir arrasta seus enormes pés
E deixa as asas brancas caídas de lado.

Aéreo viajante, tão fraco e nanico!
Antes belo, agora feioso bufão!
Alguém com um tição espicaça-lhe o bico;
Outro a mancar imita o alado aleijão.

O Poeta é igual ao rei do firmamento
Que ri da tempestade e das flechas no ar;
Exilado no chão, cercado de tormento,
As asas de gigante não o deixam andar."

(O original é em francês, chamado: 'L'Albatros" de Charles Baudelaire.)


já estou tendo o prazer de tocá-la com o Contraplonge. Ela, na verdade, entra indiretamente no nosso disco como a imagem da contra-caixa interna. Logo, logo, a tocaremos ao vivo.


"continua". sempre.
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